quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Os climas do Brasil

por Erika Torres Daut de Moraes

CLIMA


Clima corresponde ao conjunto de variações do tempo de uma determinada localidade. Para estabelecer o clima de um lugar é necessário analisar os fenômenos atmosféricos durante um período de, aproximadamente, 30 anos. O clima está diretamente relacionado à formação vegetal. 

No território brasileiro ocorre uma grande diversidade climática, pois o país apresenta grande extensão territorial com diferenças de relevo, altitude e dinâmica das massas de ar e das correntes marítimas, todos esses fatores influenciam no clima de uma região. 

A maior parte da área do Brasil está localizada na Zona Intertropical, ou seja, nas zonas de baixas latitudes, com climas quentes e úmidos. Outro fator interessante do clima brasileiro se refere à amplitude térmica (diferença entre as médias anuais de temperatura máximas e mínimas), conforme se aproxima da linha do Equador, a amplitude térmica é menor. 

O critério utilizado no Brasil para classificar os diferentes tipos de clima foi a origem, a natureza e, principalmente, a movimentação das massas de ar existentes no país (equatoriais, tropicais e polares). Conforme análises climáticas realizadas no território brasileiro, foi possível estabelecer seis tipos de climas diferentes,


Apesar de sua grande extensão, quase todo o país encontra-se inserido na zona intertropical (zona compreendida entre os trópicos de Câncer, ao norte, e o de Capricórnio, ao sul), em torno do Equador, e não apresenta grandes cadeias montanhosas que modifiquem os valores médios do clima zonal. A continentalidade não é um fator relevante, já que a extensa massa florestal da Amazônia supre a escassez de massas de ar úmido provenientes do mar.
Os climas dominantes do Brasil são o clima equatorial úmido e o clima tropical seco e úmido. O centro de ação dominante é a posição da zona de convergência intertropical (ZCIT) e os ventos alísios (ventos permanentes) que a acompanham, tanto ao norte quanto ao sul. Ao extremo sul encontra-se o clima subtropical úmido, e a ação do anticiclone subtropical do Atlântico sul.
Climas do Brasil
Climas do Brasil
O Brasil, tomado em geral, é um país chuvoso. A temporada de chuvas depende da região, uma vez que o país estende-se ao norte e ao sul do Equador, ainda que a maior parte de seu território encontre-se no Hemisfério Sul. No norte, as chuvas duram de janeiro a abril, no noroeste de abril a julho e no sul de novembro a março. A faixa atlântica é a mais chuvosa, com médias que vão acima dos 1.200 mm anuais, distribuídas de forma desigual, no entanto. Nas depressões do nordeste, desde o vale do rio São Francisco até o norte de Minas Gerais, as precipitações decaem para menos de 800 mm, e são particularmente irregulares e torrenciais. Ao sul do trópico de Capricórnio, as temperaturas médias decaem. Nas áreas mais elevadas, o verão é suave, e o inverno rigoroso, com precipitações nivais ocasionais. As chuvas são muito abundantes, entre 1.500 e 2.000 mm, e uniformemente distribuídas.
Tipo climáticos brasileiros segundo Köppen
Tipo climáticos brasileiros segundo Köppen
O clima equatorial estende-se por todo o norte e a bacia do Amazonas: estados de Amazonas, Acre, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Amapá. O clima tropical se estende por toda a região nordeste, sendo que no centro dessa região está o clima semi-árido, com chuvas esparsas distribuídas muito desigualmente durante o ano.
O clima tropical seco e úmido estende-se por toda a região Centro-Oeste, que compreende os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás e o Distrito Federal; e a região sudeste, estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. O período de chuvas é maior que o período seco, mas há uma estação seca bem diferenciada.
O clima subtropical úmido estende-se pelos estados de Santa Catarina, Paraná e Río Grande do Sul. Nos meses mais frios e nas serras chegam a dar-se geadas.
Entre os principais elementos que, combinados, determinam os climas do Brasil estão a pressão atmosférica (ventos e massas de ar), a umidade (chuvas) e astemperaturas. O mecanismo das massas de ar são o principal fator determinante dos tipos climáticos brasileiros, pois podem mudar bruscamente o tempo nas áreas onde atuam. O Brasil sofre a influência de praticamente todas as massas que atuam na América do Sul, exceto as que se originam no Oceano Pacífico, já os Andes barram sua entrada para dentro do continente. São cinco as massas de ar que atuam no País; duas continentais (provenientes do continente, logo secas) e três atlânticas (provenientes do Atlântico, logo úmidas). Quatro são quentes, e apenas uma é fria. Duas delas originam-se nas proximidades da linha do Equador, duas na área tropical e uma provém do pólo Sul. São elas:
  • Massa equatorial continental (mEc) – Originária da Amazônia ocidental – área de baixa latitude e muitos rios. É uma massa de ar quente, úmido e instável. Atinge praticamente todas as regiões durante o verão no hemisfério sul, provocando chuvas. No inverno, a mEc recua e sua ação fica restrita à Amazônia ocidental.
  • Massa tropical atlântica (mTa) – Também de ar quente e úmido, origina-se no atlântico sul. Atua na faixa litorânea e é praticamente constante durante todo o ano. No inverno, a mTa encontra a única massa de ar frio atuante no Brasil, a mPa, cujo encontro provoca as chuvas frontais do litoral nordestino. No Sul e Sudeste, o encontro da mTa com as área elevadas da serra do Mar provocam as chuvas orográficas.
  • Massa polar atlântica (mPa) – De ar frio e úmido. Atua principalmente no inverno. Em virtude das baixas altitudes da área central do território brasileiro (planaltos rebaixados), no inverno essa massa chega a atingir a Amazônia ocidental, e provoca baixa de temperaturas. Como dito acima, essa massa encontra a mTa no litoral do Nordeste no inverno, provocando as chuvas frontais.
  • Massa equatorial atlântica (mEa) – Massa de ar quente e úmido. Atua principalmente durante a primavera e o verão no litoral do Norte e Nordeste. Conforme avança para dentro do país, perde a umidade.
  • Massa tropical continental (mTc) – Origina-se na região do Chaco, Paraguai, que é uma zona de altas temperaturas e pouca umidade, que a torna a única massa de ar quente e seco. Também provoca um bloqueio que detém as massas de ar frio, mormente nos meses de maio e junho.
Massas de ar atuantes do Brasil
Massas de ar atuantes do Brasil
Apesar de nosso país apresentar médias anuais pluviométricas em torno de 1 000 mm, as chuvas não se distribuem de forma igualitária por toda sua extensão. Áreas como alguns trechos da Amazônia, o litoral sul da Bahia e o trecho paulista da serra do Mar recebem mais de 2 000 mm de chuvas por ano. No oposto está o sertão nordestino, com totais muito abaixo da média do País.
Em quase 95% do nosso território tem-se temperaturas médias superiores a 18ºC, como decorrência da tropicalidade. O comportamento das temperaturas também está sujeito à influência de outros fatores que não a latitude (distância maior ou menor do Equador): a altitude, a continentalidade e as correntes marítimas.
Quanto maior a altitude, mais frio é o local. Como o terreno do Brasil é de baixas altitudes, esse fator não exerce grande influência na configuração climática. São exceções Campos de Jordão, em São Paulo, e Garanhuns, Pernambuco. No que se refere à latitude, pode-se afirmar que sua influência é maior. Cidades próximas à linha do Equador têm amplitudes térmicas (diferença entre a maior e a menor temperatura registradas em períodos diversos) menores e temperaturas mais altas que as cidades mais afastadas.
Quanto mais próxima do mar (maritimidade), menor a amplitude térmica de uma cidade, i.e., mais constantes são suas temperaturas. Por conseguinte, quanto mais afastada do mar (continentalidade), maior amplitudes térmicas apresenta o local, uma vez que o mar não pode exercer seu efeito regulador.
O Brasil sofre a influência de duas correntes marítimas quentes: a corrente do Brasil (sentido sul) e a corrente das Guianas (sentido norte), que contribuem para o estabelecimento de climas quentes.
Correntes maritimas

Correntes marítimas

TIPOS DE RELEVO

por Edna L M Carvalho

RELEVO


ÒA disciplina que estuda as formas do relevo, sua origem, a estrutura  e os processos responsáveis por sua evolução é a geomorfologia.
Ò



O relevo terrestre pode ser definido como as formas da superfície do planeta. O relevo se origina e se transforma sob a interferência de dois tipos de agentes: os agentes internos e externos.

AGENTES MODIFICADORES DO RELEVO
 
São elementos capazes de modificar e alterar permanentemente a estrutura morfológica do relevo. São duas força que podem modificar o relevo: As forças internas ou endógenas, e as forças externas ou exógenas da Terra.

AGENTES EXÓGENOS
 
ÒAgentes exógenos, ou externos, são aqueles que esculpem o relevo terrestre através de um processo erosivo, o intemperismo, que pode ser químico (alteração da constituição da rocha), físico (desintegração) ou biológico (ação dos seres vivos).

EXEMPLO DE INTEMPERISMO QUÍMICO:


 
ÒHá três partes do procedimento: a erosão (desgaste das rochas superficiais causado por rios, chuvas, geleiras, vento, etc.), o transporte dos sedimentos resultantes da erosão, e a sedimentação ou acumulação dos detritos que formam novas camadas rochosas.







EXEMPLO DE EROSÃO DE ROCHA SEDIMENTAR:


















EM OUTRAS PALAVRAS...
 
ÒOs agentes externos são chamados também de agentes erosivos (chuva, vento, rios, lagos, mares; agentes erosivos em geral) eles atuam sobre as formas definidas pelos agentes internos.
 
ÒOs agentes endógenos, ou internos, do relevo são processos estruturais que atuam de dentro para fora. Às vezes, vêm com muita força e rapidez, modificando o relevo.
 
ÒEles acontecem por causa do movimento das placas tectônicas e dos fenômenos magmáticos. São exemplos de agentes internos: o tectonismo, o vulcanismo, os terremotos e abalos sísmicos.


EXEMPLO DE AGENTE ENDÓGENO:














ALGUMAS FORMAS DE RELEVO:
ÒMontanhas;
ÒPlanaltos;
ÒPlanícies;
ÒDepressões;
ÒSerras, etc


ALGUNS CONCEITOS:
 
ÒRelevo “é o conjunto de formas presentes na superfície sólida do planeta”. Resulta da estrutura geológica (fatores internos) e dos processos geomorfológicos (fatores externos). O primeiro forma a estrutura do relevo e o segundo esculpe as formas.
 
Planície – áreas extensas planas com no máximo 100 metros de altitude, em que há mais sedimentação que erosão.
Áreas chatas e mais baixas, geralmente, no nível do mar. Porém, podem ficar em terras altas, como as várzeas de um rio num planalto.



Ò

PLANÍCIE AMAZÔNICA:

 
Ò











Planalto
– terras mais altas que o nível do mar, razoavelmente planas delimitadas por escarpas íngremes. Há mais erosão que sedimentação.
Ao contrário do que sugere o nome, é uma superfície irregular com altitude acima de 300 metros. É o produto da erosão sobre rochas cristalinas ou sedimentares. Pode ter morros, serras ou elevações íngremes de topo plano (chapadas).



Ò
PLANALTO DA BORBOREMA - PARAÍBA:


 
Ò




















Montanha
– terrenos bastante elevados, acima de 300 metros. Podem ser classificadas quanto à origem ou idade.


 
Ò











Depressão:
superfície entre 100 e 500 metros de altitude com suave inclinação, formada por prolongados processos de erosão. É mais plana do que o planalto. 


Áreas situadas abaixo do nível do mar ou das outras superfícies.


 
Ò











Serra
: terreno muito trabalhado pela erosão. Varia de 600 a 3.000 metros de altitude. É formada por morros ou cadeias de morros pontiagudos (cristas). Não se confunde com escarpa: serra se sobe por um lado e se desce pelo lado oposto.


VISTA DA SERRA GERAL - ENTRE  RIO GRANDE DO SUL E SANTA CATARINA:

Ao contrário do que sugere o nome, é uma superfície irregular com altitude acima de 300 metros. É o produto da erosão sobre rochas cristalinas ou sedimentares. Pode ter morros, serras ou elevações íngremes de topo plano (chapadas).

domingo, 26 de setembro de 2010

O Semi-árido Nordestino

por Celso Vidal Teixeira Jr




O clima Semi-árido

O clima semiárido está presente no Brasil nas regiões Nordeste e Sudeste. Corresponde a uma área de 982.563,3 quilômetros quadrados e é a região semiárida mais populosa do mundo, com 36 milhões de pessoas.
É definido por quatro dos principais sistemas de circulação atmosférica. Ao passarem pela região, provocam longos períodos secos e chuvas ocasionais concentradas em poucos meses do ano. A precipitação pluviométrica é em média cerca de 750 mm/ano, de forma bastante irregular no espaço e no tempo. As altas temperaturas (cerca de 26o C) com pequena variação interanual exercem forte efeito sobre a evapotranspiração que, por sua vez, determinam o déficit hídrico como o maior entrave à ocupação do semiárido e ressaltam a importância da irrigação na fixação do homem nas áreas rurais da Região Nordeste em condições sustentáveis.


A evapotranspiração é a perda pela evaporação. Como o subsolo é rico em rochas cristalinas (de baixa permeabilidade), a formação de aqüíferos subterrâneos é inibida. O regime de chuvas rápidas e fortes também impedem a penetração de água no subsolo. Uma outra característica do semiárido brasileiro é a presença de sais nos solos, precipitados pela evaporação intensa, o que inibe a produtividade agrícola.

Com precipitação média de chuvas de menos de 300mm por ano, às quais ocorrem durante no máximo três meses, dando vazão a estiagens que duram às vezes mais de dez meses, Cabaceiras na Paraíba tem o título de município mais seco do país.

Para conviver com a distribuição irregular das chuvas, uma das técnicas mais utilizadas no semi-árido brasileiro é o armazenamento da água em açudes, para utilização nos períodos secos. O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) tem utilizado esta técnica há mais de um século, com a construção de grandes açudes públicos em todos os Estados da região Nordeste.


Perímetro

"O semiárido brasileiro estende-se por uma área que abrange a maior parte de todos os Estados da Região Nordeste (oito estados, 86,48%), além do Sudeste (13,52%) também, ocupando uma área total de 974.752 km². Ocupa os seguintes estados:
"Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia”.





Região conhecida como o Polígono das Secas, que corresponde a quase todo o sertão nordestino e aos vales médio e inferior do rio São Francisco, sofre a influência da massa tropical atlântica que, ao chegar à região, já se apresenta com pouca umidade. Caracteriza-se por elevadas temperaturas (média de 27ºC) e chuvas escassas (em torno de 750 mm/ano. Há períodos em que a massa equatorial atlântica (superúmida) chega no litoral norte de Região Nordeste e atinge o sertão, causando chuva intensa nos meses de fevereiro, março e abril.






sábado, 11 de setembro de 2010

Geografia de São Paulo

por Fabiano Sirino




A Geografia de São Paulo é um domínio de estudos e conhecimentos sobre as características geográficas do território paulista. O estado de São Paulo ocupa uma área de 248.209,4 km², estendendo-se do litoral ao interior e dois terços de seu território ficam acima do Trópico de Capricórnio.

No Brasil, o estado faz parte da região Sudeste, fazendo fronteiras com os estados de Minas Gerais ao norte, Paraná ao sul, Mato Grosso do Sul a oeste e Rio de Janeiro a nordeste. É banhado pelo oceano Atlântico.

Relevo



Pico do Jaraguá, um dos pontos mais altos do estado, em São Paulo.

O ponto mais alto do estado é a montanha Pedra da Mina, com 2.798,39 metros de altura. O estado de São Paulo está situado sobre um amplo planalto, com cerca de 600 km de extensão no sentido sudeste-noroeste. A transição entre o planalto e a planície se faz por uma escarpa abrupta, a serra do Mar, com altitude entre 800 e 1.100m.

A Planície Litorânea, a nordeste de Santos, estreita-se entre o mar e as escarpas da serra do Mar, que em alguns locais cai diretamente sobre o oceano. Em consequência, é cortada por conjunto de canais que forma verdadeiro labirinto em torno das ilhas de Santo Amaro e São Vicente.

A Serra do Mar, forma uma faixa de terrenos acidentados, interposta entre a planície e o planalto. De Santos até o limite com o estado do Rio de Janeiro, apresenta-se uma escarpa contínua, formando majestoso paredão que desce quase verticalmente da beira do planalto sobre a planície litorânea ou sobre o mar. De Santos até a divisa com o estado do Paraná, transforma-se numa sucessão de estreitos vales e cristas montanhosas, resultantes do trabalho de erosão do rio Ribeira do Iguape.

O Clima





Campos do Jordão, um dos municípios mais frios do Brasil.

Seu clima varia entre tropical (na região norte do estado), tropical de altitude (em boa parte do centro do estado e no Vale do Paraíba) e subtropical (no Planalto Paulista e na região sul do estado,onde a mínima absoluta no estado em Campos do Jordão foi de-7,3°C em 1 de junho de 1979). As temperaturas médias anuais são superiores a 20°C e a pluviosidade excede 2.000mm.

O clima tropical, subúmido com chuvas de verão e invernos secos, caracteriza a maior parte do planalto ocidental.

Os demais tipos climáticos do estado, são todos variantes do clima tropical de altitude e se registram nas porções mais elevadas do estado, isto é, na maior parte do planalto. O tipo mesotérmico com verões quentes e chuvas bem distribuídas durante o ano, aparece a sudeste e a leste do planalto. A temperatura média anual oscila entre 18°C e 20°C, e a pluviosidade, entre 1.250mm e 2.000mm.

A Vegetação



Os campos cerrados ocorrem no estado de São Paulo. Na fotografia, o mapa de satélite do Brasil mostrando o cerrado em destaque.

Pouco resta atualmente da primitiva cobertura vegetal do estado de São Paulo. A abertura de campos de cultivo, a formação de paisagens artificiais e o uso da madeira como combustível ou como matéria-prima levaram a uma quase completa destruição das florestas paulistas. Essa cobertura florestal revestia outrora cerca de 82% da área estadual; atualmente subsistem florestas em áreas impróprias para pastagens e culturas (como nas encostas íngremes das serras do Mar e da Mantiqueira). Nessas áreas, onde se fez sentir com menos intensidade a interferência humana, ainda é possível observar as características originais da floresta e reconhecer a marca de sua diferenciação regional. Ao longo da costa e no rebordo do planalto, graças à elevada pluviosidade, a floresta se apresentava como uma mata densa, perene e muito rica em epífitas e lianas.

No interior do planalto, a umidade mais reduzida resultava no desenvolvimento de uma mata semidecídua, onde contrastavam as formações desenvolvidas em solos de arenito com as formações mais exuberantes, dos solos de terra roxa. Nos trechos mais elevados da Mantiqueira e da Bocaina, a floresta assumia caráter mais subtropical, assinalado pela presença do pinheiro-do-paraná (araucária). A mata de pinheiros aparecia, também, em manchas dispersas no leste do estado, das quais a maior situava-se nas proximidades de Botucatu.

A Hidrografia






O rio Tietê percorre todo o território paulista ao longo de seu percurso, de sudeste a noroeste.

Os principais rios são: Tietê, Paraná, Paranapanema, Grande, Turvo, do Peixe, Paraíba do Sul, Piracicaba, Pardo, Moji-Guaçu, Jacaré-Pepira e Jacaré-Guaçu. Um dos principais rios que atravessa o estado, o Tietê, faz parte da Bacia Tietê-Paraná. O Tietê é conhecido mais por sua poluição ambiental, mas é um dos mais economicamente importantes.

A rede de drenagem de São Paulo pertence quase integralmente à bacia do rio Paraná. Apenas uma estreira faixa de terras, na qual se incluem a baixada litorânea e uma pequena parte do planalto cristalino, corre para a vertente atlântica. Os rios da bacia do Paraná abrangem o próprio rio Paraná, que forma a divisa de São Paulo com Mato Grosso do Sul, e seus afluentes da margem esquerda — o Paranapanema (na divisa com o estado do Paraná), o Peixe, o Aguapeí e o Tietê, além do Grande, formador do Paraná. Os rios Paranapanema e Tietê têm suas nascentes junto à serra do Mar e atravessam os três compartimentos do planalto antes de alcançarem o Paraná.

Apenas dois rios desse grupo alcançam maior extensão, penetrando com suas cabeçeiras no seio do planalto cristalino; são eles o Ribeira de Iguape e o Paraíba do Sul. Este último corre em direção ao nordeste e penetra no estado do Rio de Janeiro, onde se situa a maior parte de seu curso.

Predomina no estado o regime tropical: os rios enchem no verão e reduzem sua descarga no inverno, período de estiagem. No planalto, a construção de numerosas barragens para a produção de energia elétrica tem contribuído para a regularização das descargas fluviais, melhorando inclusive as condições de navegabilidade da alta bacia do Paraná.

O Clima da Região Sul do Brasil

por Luciana S Reis




O clima da região Sul apresenta-se uniforme, com pequenas variações. Os outros elementos do quadro natural sulista, entretanto, quase sempre apresentam duas paisagens em contraste: relevo com extensos planaltos e estreitas planícies, vegetação que se alterna entre florestas e campos. A consideração dessas dualidades, é de extrema facilidade para a compreensão da natureza sulista.

No Brasil, país predominantemente tropical, somente a região Sul é dominada pelo clima subtropical (um clima de transição entre o tropical predominante no Brasil e o temperado, predominante na Argentina), ou seja, o clima típico desta região é mais frio em comparação ao clima tropical, e é onde são registradas as mais baixas temperaturas do país. Nesse clima, as médias variam de 16°C a 20°C, mas o inverno costuma ser bastante frio para os padrões brasileiros, com geadas freqüentes em quase todas as áreas, e em locais de altitudes mais elevadas, queda de neve.


Mapa climático da região Sul do Brasil.




As estações do ano apresentam-se bastante diferenciadas e a amplitude térmica anual é relativamente alta. As chuvas, em quase toda a região, distribuem-se com relativa regularidade pelo ano inteiro, mas no norte do Paraná — transição para a zona intertropical — concentram-se nos meses de verão.

Podem-se encontrar também características de tropicalidade nas baixadas litorâneas do Paraná e Santa Catarina, onde as médias térmicas são superiores a 20°C e as chuvas caem principalmente no verão.

Os ventos também afetam as temperaturas. No verão, sopram os ventos alísios vindos do sudeste, que por serem quentes e úmidos, provocam altas temperaturas, seguidas de fortes chuvas. No inverno, as frentes frias, que são geralmente seguidas de massas de ar vindas do Pólo Sul, causam resfriamentos e geadas. Os habitantes do Sul chamam esse vento frio de minuano ou pampeiro. O vento minuano faz milhares de paranaenses, catarinenses e gaúchos sentirem cada vez mais frio onde quer que estejam o frio rigoroso e perigoso para a saúde imunológica do sistema respiratório.

É importante ressalvar, que as características contidas no clima da região Sul do Brasil, têm grande influência graças à Massa Polar Atlântica (MPA) que é fria e úmida. A mesma origina-se no anticiclone situado ao sul da Patagônia. Sua atuação é mais intensa no inverno, com presença marcante nas regiões Sul e Sudeste. Pode atingir outras regiões como a Amazônia, onde a mesma se enfraquecerá.